Síndrome de Êutico

Gostaria que você lesse o relato bíblico abaixo extraído do livro de Atos dos Apóstolos, capítulo 20, versículos 07 ao 12.

“No primeiro dia da semana, estando nós reunidos com o fim de partir o pão, Paulo, que devia seguir viagem no dia imediato, exortava-os e prolongou o discurso até a meia-noite. Havia muitas lâmpadas no cenáculo onde estávamos reunidos. Um jovem, chamado Êutico, que estava sentado numa janela, adormecendo profundamente durante o prolongado discurso de Paulo, vencido pelo sono, caiu do terceiro andar abaixo e foi levantado morto. Descendo, porém, Paulo inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a vida nele está. Subindo de novo, partiu o pão, e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva. E, assim, partiu. Então, conduziram vivo o rapaz e sentiram-se grandemente confortados.”

Duas coisas centrais me chamam a atenção no texto bíblico. A primeira refere-se ao fato do local onde Êutico estava sentado e a segunda refere-se ao “adormecimento” do jovem.

Esses dois fatores juntos formam o que chamo de síndrome de Êutico. Para início de conversa, é preciso definir ainda que sinteticamente, o que é síndrome.

“Síndrome é um conjunto de sinais e sintomas que define as manifestações clínicas de uma ou várias doenças.” (Extraído de http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%ADndrome – acessado em 25/07/14 ás 09h20min)

A síndrome de Êutico tem devastado a vida espiritual de milhares de cristãos que um dia já foram cheios de vitalidade em sua relação com Jesus e hoje andam capengando, aos tropeções em sua espiritualidade.

Tudo começa com o primeiro fator, a JANELA. Guarde isso: o posicionamento que adotamos nesta vida faz toda a diferença para o sucesso ou fracasso da mesma.

Êutico estava em local inadequado! A janela representa aqueles que não estão nem dentro e nem fora do recinto, a janela representa a tentação de olhar para fora, a janela representa a distração que vem através das luzes, cores e vozes que vem de fora tentando desviar nosso foco da adoração a Deus. E quando começamos a nos aproximar e ouvir as vozes que vem do mundo, certamente a voz de Deus será abafada em nosso coração, pois quanto mais nos posicionamos na janela, mais ficamos perto do mundo e mais distantes de Deus.

Tudo começa com a distração! E a distração nos leva ao próximo ponto: o ADORMECIMENTO.

Quando permitimos ser vencidos pelas distrações, o passo seguinte será a sonolência espiritual. Quando já não conseguimos ouvir a voz de Deus, certamente seremos abatidos pelo sono. O sono representa o desconectar com a realidade da vida com Jesus, o sono representa a perda da consciência, o sono representa o total desinteresse para com as coisas de Deus.

QUEM DORME PERDE O DISCERNIMENTO DOS VALORES ESPIRITUAIS.

E o sono leva ao próximo passo que tem consequências trágicas: a QUEDA.

Porque Êutico se distraiu e dormiu, ele CAIU. Quantas pessoas hoje passam por momentos difíceis porque foram acometidas pela síndrome de Êutico. A queda é inevitável para aqueles que são vencidos pela distração e pelo sono. A queda sempre cobra um alto preço! Êutico pagou com a própria vida; isso significa que sempre colheremos aquilo que plantamos.

Talvez você que lê este texto se encontre em tal situação, quero lhe dizer que nem tudo está perdido, há uma solução:

“Descendo, porém, Paulo inclinou-se sobre ele e, abraçando-o, disse: Não vos perturbeis, que a vida nele está. Subindo de novo, partiu o pão, e comeu, e ainda lhes falou largamente até ao romper da alva. E, assim, partiu. Então, conduziram vivo o rapaz e sentiram-se grandemente confortados.”

Reconheça a necessidade de mudança e arrependimento, agindo assim você estará preparado para receber o abraço de Jesus que aquece nossos corações e nos traz de volta a vida.

Seja curado para que você possa ser instrumento de cura na vida daqueles que ainda estão sofrendo com a síndrome de Êutico.

Será que Deus deseja que eu seja feliz?

O título desta postagem parece clamar por uma resposta óbvia, a de que Deus deseja que sejamos felizes. E realmente o Senhor deseja nossa felicidade, mas, contudo aprendi algo com o passar do tempo que talvez venha chocá-lo.

A prioridade de Deus não é e nunca foi que sejamos felizes!

Talvez a essa altura você esteja confuso e achando que eu sou louco, pois no imaginário comum temos a impressão de que Deus sendo amor, misericórdia, graça e perdão, deseje ardentemente a felicidade dos seus servos.

Deixe-me explicar melhor antes que você ache que sou um herege. Pensar que Deus trabalha o tempo todo para que sejamos felizes, é crer que Deus trabalha para nós! Em sentido relativo e circunstancial isso até acontece, mas o que não podemos perder de vista é que nessa relação com o divino, nós é que somos os SERVOS. Achar que toda preocupação de Deus gravita em torno de nosso bem-estar é supor que o Senhor nos deve algo. Deus não nos deve nada, nós é que devemos tudo a Ele, pois em graça Ele nos reconciliou consigo mesmo e nos promete vida eterna.

Agora vou escancarar qual a prioridade de Deus para com os homens, leia o texto abaixo:

“Por isso, cingindo o vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que vos está sendo trazida na revelação de Jesus Cristo. Como filhos da obediência, não vos amoldeis às paixões que tínheis anteriormente na vossa ignorância; pelo contrário, segundo é santo aquele que vos chamou, tornai-vos santos também vós mesmos em todo o vosso procedimento, porque escrito está:

Sede santos, porque eu sou santo.” I Pedro 1.13-16

Eu destaquei a última parte do texto propositalmente, pois ela nos dá a resposta da prioridade de Deus para o homem, a de que ele seja SANTO!

É comum hoje as pessoas se divorciarem e usarem a desculpa esfarrapada de que Deus aprova seu divórcio, pois Deus quer a felicidade dos cônjuges e se eu já não estou feliz com o casamento, então a vontade de Deus é que eu me separe e case-me com outra pessoa para poder ser feliz.

Isso é um engano de Satanás! Deus deseja um povo santo, separado e consagrado.

Agora me deixe dizer algo, a partir do momento que você leva Deus a sério, torna-se discípulo de Jesus e passa a viver em santidade, eu lhe afirmo categoricamente que você gozará de uma verdadeira felicidade, que não é passageira e nem circunstancial.

Em resumo, a prioridade de Deus não é que sejamos felizes, a prioridade de Deus é que sejamos santos, que por consequência nos fará pessoas felizes e realizadas!

Quer ser feliz, vai aí um conselho: SEJA SANTO!!!

Quando a casa cai.

Texto: I Reis 12.1-20

"Foi Roboão a Siquém, porque todo o Israel se reuniu lá, para o fazer rei. 2Tendo Jeroboão, filho de Nebate, ouvido isso (pois estava ainda no Egito, para onde fugira da presença do rei Salomão, onde habitava 3e donde o mandaram chamar), veio com toda a congregação de Israel a Roboão, e lhe falaram: 4Teu pai fez pesado o nosso jugo; agora, pois, alivia tu a dura servidão de teu pai e o seu pesado jugo que nos impôs, e nós te serviremos. 5Ele lhes respondeu: Ide-vos e, após três dias, voltai a mim. E o povo se foi.
6Tomou o rei Roboão conselho com os homens idosos que estiveram na presença de Salomão, seu pai, quando este ainda vivia, dizendo: Como aconselhais que se responda a este povo? 7Eles lhe disseram: Se, hoje, te tornares servo deste povo, e o servires, e, atendendo, falares boas palavras, eles se farão teus servos para sempre. 8Porém ele desprezou o conselho que os anciãos lhe tinham dado e tomou conselho com os jovens que haviam crescido com ele e o serviam. 9E disse-lhes: Que aconselhais vós que respondamos a este povo que me falou, dizendo: Alivia o jugo que teu pai nos impôs? 10E os jovens que haviam crescido com ele lhe disseram: Assim falarás a este povo que disse: Teu pai fez pesado o nosso jugo, mas tu alivia-o de sobre nós; assim lhe falarás: Meu dedo mínimo é mais grosso do que os lombos de meu pai. 11Assim que, se meu pai vos impôs jugo pesado, eu ainda vo-lo aumentarei; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
12Veio, pois, Jeroboão e todo o povo, ao terceiro dia, a Roboão, como o rei lhes ordenara, dizendo: Voltai a mim ao terceiro dia. 13Dura resposta deu o rei ao povo, porque desprezara o conselho que os anciãos lhe haviam dado; 14e lhe falou segundo o conselho dos jovens, dizendo: Meu pai fez pesado o vosso jugo, porém eu ainda o agravarei; meu pai vos castigou com açoites; eu, porém, vos castigarei com escorpiões. 15O rei, pois, não deu ouvidos ao povo; porque este acontecimento vinha do Senhor, para confirmar a palavra que o Senhor tinha dito por intermédio de Aías, o silonita, a Jeroboão, filho de Nebate.
16Vendo, pois, todo o Israel que o rei não lhe dava ouvidos, reagiu, dizendo: Que parte temos nós com Davi? Não há para nós herança no filho de Jessé! Às vossas tendas, ó Israel! Cuida, agora, da tua casa, ó Davi! Então, Israel se foi às suas tendas. 17Quanto aos filhos de Israel, porém, que habitavam nas cidades de Judá, sobre eles reinou Roboão. 18Então, o rei Roboão enviou a Adorão, superintendente dos que trabalhavam forçados; porém todo o Israel o apedrejou, e morreu. Mas o rei Roboão conseguiu tomar o seu carro e fugir para Jerusalém. 19Assim, Israel se mantém rebelado contra a casa de Davi, até ao dia de hoje. 20Tendo ouvido todo o Israel que Jeroboão tinha voltado, mandaram chamá-lo para a congregação e o fizeram rei sobre todo o Israel; ninguém seguiu a casa de Davi, senão somente a tribo de Judá."

 

Introdução: Nosso lugar de habitação comumente chamado de “casa” é o que podemos chamar de refúgio, lugar seguro, local onde nos encontramos protegidos e confortáveis. Muitos são os que por conta de algum infortúnio como desastres naturais, têm suas casas totalmente destruídas e levadas por enchentes e deslizamento de terras. Não é raro ouvirmos notícias assim principalmente no verão, época em que aumentam as chuvas. A perda do lar traz consigo a falta de direção e abrigo bem como provoca grandes sofrimentos. Analogicamente podemos dizer que nossa casa representa nossa “vida”, e vez por outras literalmente essa casa chamada “vida” também sofre alguns desastres, de forma que a casa literalmente vem abaixo, ou seja, a casa cai. Isso era o que literalmente estava acontecendo com Israel no contexto histórico, político e religioso do texto que lemos. Depois de dois grandes reinados (Davi e Salomão), agora nos deparamos com graves problemas políticos e religiosos que fizeram com que verdadeiramente o reino desmoronasse, em outras palavras, a casa caiu. Após o reinado de Salomão, Roboão seu filho escolhido para reinar em seu lugar tem o reino dividido com Jeroboão, Roboão reina sobre duas tribos (Judá e Benjamim) e Jeroboão reina sobre as outras dez tribos restantes. Essa separação que trouxe consequências negativas para os dois reinos e fizeram com que a glória de Israel conquistada nos reinados de Davi e Salomão desaparecesse, teve como causa alguns comportamentos pecaminosos na vida dos líderes e povo de Israel.

Estudando esse fato histórico de Israel veremos o que ocorreu para que a cassa caísse e o que é preciso fazer para evitarmos essa ruína também em nossas vidas.

Mas quando a casa cai?

1º lugar – Quando nos associamos com influências ruins.

Tudo o que estava acontecendo vinha seguindo uma sequência maligna e lógica dos fatos. Todo o ambiente pagão que estava por trás dos fatos e decisões era fruto de influências pagãs que já operavam em Salomão e agora por consequência em Roboão, essas influências tinham origem nos casamentos mistos que Salomão teve com mulheres estrangeiras. Salomão dedicou a construção de vários templos a divindades cananéias em homenagem as suas mulheres estrangeiras. Uma dessas mulheres foi à mãe de Roboão, Naamá era o nome dela e ela era amonita, não era de se espantar que o rei Roboão fosse altamente influenciado por ideias e princípios que contrariavam a vontade de Deus, já que muito de sua influência foi recebida diretamente da mãe pagã.

Precisamos ter muito cuidado com toda influência que vem deste mundo, Paulo chegou a declarar “33Não vos enganeis: as más conversações corrompem os bons costumes.” I Coríntios 15.33. Nós fomos chamados para sermos sal e luz, a influência que salva o pecador e não para sermos contaminados pelo mundo e suas práticas. Todas as vezes que estivemos perdendo essa batalha, a ordem de Deus é: “abstende-vos de toda forma de mal.” I Tessalonicenses 5.22, em outras palavras: FUJAM DA PRESENÇA DO MAL. O salmista divinamente inspirado registrou no Salmo 01:

“1Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.”

2º lugar – Quando agimos independentes de Deus.

Roboão teve a chance de decidir corretamente e evitar a divisão do reino. Ele ouviu sábios conselhos dos anciãos que expressavam a vontade de Deus. No entanto ele desprezou a sabedoria e agiu baseado nos conselhos de seus ímpios amigos. Popularmente falando, diríamos que ele confiou em seu “taco”, em sua experiência, na sua visão do que era correto a ser feito. Agindo assim ele descartou Deus do processo. No capítulo posterior (I Reis 13.1-32), lemos a historia de um homem de Deus que mesmo sendo usado pelo Senhor, foi posteriormente morto como juízo e repreensão por desobedecer e não consultar ao Senhor quando enganado pelo falso profeta.

Qual o lugar que a vontade de Deus revelada através de Sua Palavra tem tido nas decisões de sua vida? Você tem consultado ao Senhor em oração antes de tomar suas decisões ou tem agido confiado em sua própria experiência?

3º lugar – Quando somos guiados por ídolos.

A idolatria latente e pulsante no coração do povo e dos reis Roboão e Jeroboão, e futuramente herdada por muitos de seus descendentes seria a gota final que fez transbordar o cálice da ira divina. Por conta da idolatria, os dois reinos foram no futuro levados aprisionados por inimigos (Israel foi escravizado pela Assíria e o reino de Judá foi escravizado pela Babilônia).

A idolatria afundou Israel em um lamaçal espiritual sem precedentes, e essa prática abominável e perversa age hoje também da mesma forma em nossa casa chamada “vida”. Muitos não se prostram mais diante de uma estátua ou imagem de escultura, mais se prostram diante do deus dinheiro, do deus poder, do deus sucesso, do deus conhecimento, do deus prazer e dos ídolos humanos, oferecendo a eles o verdadeiro controle de suas vidas. Nada ofende mais a santidade divina do que o aviltante pecado da idolatria, como servos de Deus, devemos nos desvencilhar de todos nossos ídolos reais e psicológicos para servirmos a Deus com integridade e integralmente.

Israel tentou de forma política agradar a Deus e aos ídolos, o culto era sincrético. Eles só se esqueceram de que Deus é único e não aceita uma lealdade dividida:

“24Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de aborrecer-se de um e amar ao outro, ou se devotará a um e desprezará ao outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.” Mateus 6.24

Qual é o ídolo que senta no trono do seu coração?

Conclusão: Paulo fala em I Coríntios 3.12-15 sobre o juízo das obras dos cristãos, ele usa a analogia da construção e declara que só existe um alicerce confiável, esse alicerce é Jesus.  Precisamos construir algo firme em cima desse alicerce, caso contrário a casa pode cair. Foi justamente isso o que aconteceu no exemplo daquele que construiu a casa sobre a areia (Mt 7.26-27). Para que nossa casa não caia e esteja firme é preciso usar ouro, prata e pedras preciosas. Por quê? Porque nossa vida para estar firme precisa estar calçada em princípios firmes de valor, pureza, beleza interior e raridade.

Cheque preenchido, assinado e com saldo.

I Coríntios 13

“1Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. 2Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada serei. 3E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

4O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana, não se ensoberbece, 5não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; 6não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade; 7tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta. 8O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; 9porque, em parte, conhecemos e, em parte, profetizamos. 10Quando, porém, vier o que é perfeito, então, o que é em parte será aniquilado. 11Quando eu era menino, falava como menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem, desisti das coisas próprias de menino. 12Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então, conhecerei como também sou conhecido. 13Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.”

Apesar de estar atualmente quase em desuso, o documento comercial bancário de nome cheque é conhecido de todos. Serviu e ainda serve hoje em pequena escala, como prova de pagamento em transações comerciais. Funciona dentro de uma lógica bem definida, o documento precisa estar preenchido com dados como valor, local, data e assinado pelo titular da conta corrente, bem como precisa haver saldo financeiro (fundos) na conta do emitente. Sem que essas condições estejam satisfeitas, o cheque não passa de um pedaço de papel sem valor e que não serve como garantia alguma, e o pior é que a pessoa que se utiliza de tal artifício é tida como não digna de confiança e de má índole. Em outras palavras, não basta ser cheque, é preciso que esteja preenchido, assinado e com saldo!

Existe um paralelo disso tudo com a vida espiritual. Assim como o cheque precisa de algumas condições atendidas para ter valor, nós também precisamos cumprir certos princípios para sermos pessoas cristãs de valor autêntico.

Nossa vida foi assinada por Cristo quando de nossa salvação através do Espírito Santo:

“Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.”II Coríntios 3.2-3

Jesus é o titular de nossa conta chamada vida! Ele é quem assina. O preenchimento é algo iniciado por Ele, mas que também devemos buscar.

“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito,” Efésios 5.18

Uma vida cristã relevante, com significado e valor é uma vida controlada, preenchida e cheia do Espírito Santo que produzirá automaticamente santidade, pois se o Espírito é santo, o que Ele necessariamente produz é santidade.

E quanto ao saldo? Que saldo é esse que devemos ter em nossas vidas para que elas tenham valor genuíno e sirvam de garantia da obra de redenção que Cristo realizou por nós?

1 – O saldo que precisamos ter é o AMOR.

No texto de I Coríntios 13.1-3 vimos que toda religiosidade, piedade, fé e bondade sem amor não servem para nada, são inúteis, em outras palavras, perdem seu valor.

Se nossos melhores atos de bondade forem destituídos de amor, eles são semelhantes a um cheque sem fundo, tem apenas aparência de possuir valor, mas não passa de um pedaço de papel!

O amor divino é o que confere verdadeiro significado as nossas vidas. Sem amor não há novo nascimento, regeneração e salvação. O amor é produto do próprio novo nascimento, apesar de que precisa ser incrementado e fortalecido à medida que a alma se torna mais espiritual.

Por que o amor é tão importante?

1 - Porque o amor é o solo onde brotam todas as outras virtudes. Gálatas 5.22-23

“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.”

O amor não está elencado por Paulo como primeira manifestação do fruto do Espírito sem propósito. Ele é o primeiro porque a partir dele é que todos os outros podem ser cultivados. Como exemplo, bondade altruísta só pode ser exercida por quem primeiro ama.

Por isso é que posso afirmar que o amor é o pré requisito absoluto para uma verdadeira espiritualidade. Não é sem razão que Paulo incluiu seu tratado sobre o amor justamente entre dois capítulos (I Coríntios 12 e 14) que tratam sobre o ensino sobre dons espirituais, pois o amor é a força que impulsiona e dá significado a todos os dons espirituais. É maior que qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto.

A prática do amor idealizada por motivos puros eleva o nosso nível de espiritualidade de forma similar ao que alcançamos quando nos dedicamos ao estudo dos livros sagrados, a oração, a meditação, a santificação e ao emprego dos dons espirituais.

2 – Porque o amor é a marca distintiva de alguém que é filho de Deus. Mateus 5.43-44ª

“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste,”

João diz (I João 4.8) que a essência de Deus é amor. É impossível alguém ter nascido de Deus e não possuir a capacidade de amar. No ato da regeneração, a natureza divina nos é transmitida, logo se Deus é amor, é natural entender que seus filhos amem por compartilharem da natureza do Pai.

Paulo disse (I Coríntios 13.3) que sem amor nada seria proveitoso, em outras palavras, sem amor ele nada seria. A falta de amor esvazia a vida do homem de significado.

3 – Porque toda Palavra de Deus tem seu cumprimento no amor. Mateus 22.37-40 e Romanos 13.8-10

“37Respondeu-lhe Jesus:

Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.

38Este é o grande e primeiro mandamento. 39O segundo, semelhante a este, é:

Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

40Destes dois mandamentos dependem toda a Lei e os Profetas.” 

“8A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. 9Pois isto:

Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

10O amor não pratica o mal contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.”

Os fariseus foram duramente criticados por Jesus por tentarem cumprirem a lei de Deus sem amor, apenas no rigor frio da letra. Religião sem amor se transforma em legalismo doentio. Não estaremos vivendo uma religião melhor do que a dos fariseus se apenas falarmos do amor de Deus sem, contudo vivê-lo verdadeiramente em nossas vidas. O verdadeiro amor que procede de Deus é aquele que nos faz amarmos aos nossos semelhantes (Mateus 25.34-40):

“34então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. 35Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; 36estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me. 37Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? 40O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.”

Quando amamos nossos semelhantes estamos diretamente amando a Cristo! Deus recebe o amor que devotamos aos nossos irmãos.

O amor que vem de Deus não é uma mera emoção. É uma qualidade da alma, onde o indivíduo sente natural servir ao próximo. Amar é querer ao próximo o bem que queremos a nós mesmos!

O amor à semelhança da morte transforma a tudo quanto toca. Os homens são atraídos pelo amor. As coisas semelhantes se atraem mutuamente. Os homens amam quando são amados e odeiam quando são odiados. Que nossas vidas estejam com abundante saldo de amor para que o valor da obra de Cristo em nós possa ser percebido por todos para a honra e glória de Deus!

Seja você preenchido pelo Espírito Santo, assinado por Jesus e com abundante saldo do amor divino em sua vida.