sexta-feira, 4 de julho de 2014

Seguindo Jesus de longe.





Marcos 14.54
“Pedro seguiu Jesus de longe e entrou no pátio da casa do Grande Sacerdote. Ele sentou-se perto do fogo, com os guardas, para se esquentar.”

É possível um cristão motivado, que anda de perto com Jesus, começar a se distanciar do mestre ao ponto de negá-lo? Sim, infelizmente isso é possível! O relato da negação de Pedro está registrado nas Escrituras para, dentre outras coisas, nos advertir sobre essa possibilidade e risco que todos corremos. Por conta da influência a que estamos expostos neste mundo, bem como a inclinação da nossa natureza carnal, se não estivermos vigilantes, é muito provável que adotemos comportamentos que nos desviarão da presença e da pessoa de Jesus. Hoje estamos inseridos em uma geração, que a despeito de abarrotarem as igrejas dominicalmente, também desenvolveu comportamentos próprios de quem nega a Jesus com suas atitudes assim como fez Pedro. Muitas pessoas que parecem tão próximas de Jesus aos domingos, são as mesmas que estão muitíssimo distantes Dele no resto da semana, isso é o que eu chamo de seguir Jesus de longe. Mas não se engane, quem segue Jesus de longe inevitavelmente sempre o acabará negando.
Passamos a seguir Jesus de longe quando:

1º lugar – Nos consideramos autossuficientes.

Quando Jesus afirmou que iria ser traído e que todos iriam abandoná-lo, Pedro veementemente contradisse o mestre declarando que nunca faria tal coisa e que se preciso fosse, ele daria a própria vida por Jesus. (Mc 14.29;31)
Triste engano, pouco tempo depois estava lá o mesmo Pedro afirmando por três vezes que não sabia quem era Jesus!
Como nosso coração nos prega peças. Eu creio piamente que Pedro estava sendo sincero quando disse a Jesus que não o negaria, o que Pedro não sabia era que não é bom negócio confiar no coração, porque invariavelmente ele está infectado pelo vírus da autossuficiência.
A autossuficiência humana tem nome e sobrenome e atende por ORGULHO, ARROGÂNCIA, SOBERBA, PRESUNÇÃO E JACTÂNCIA. Foi por conta da presunção de Pedro que o passo seguinte de sua trajetória foi seguir Jesus de longe!
“A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda.” Provérbios 16.18
Cuidado com o orgulho, pois ele é o amigo dos tolos. O papa Gregório no final do século sexto classificou os pecados em sete pecados mortais e o orgulho é o pecado que encabeça a lista. Ainda que não encontremos na Bíblia um texto específico onde apareça a citação destes pecados em ordem, no entanto eles são condenados separadamente em muitas passagens da Escrituras.
Não é coincidência que o orgulho encabece a lista. Este pecado esteve presente na ruína de Lúcifer, o anjo de luz (Isaías 14.12-15). A soberba foi o pecado que levou Lúcifer a se transformar em diabo. Em outras palavras, o orgulho tem o poder de mudar nossa natureza e nos fazer semelhantes ao diabo.
James Howell disse: O orgulho é uma flor que cresce no jardim de Satanás.
Nós também encontramos o pecado do orgulho na tentação e queda do homem.
“Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.” Gênesis 3.5
As palavras da serpente despertaram na mulher, e também no homem, um sentimento maligno, um desejo orgulhoso de ser igual a Deus.
É impossível falar em orgulho e não se lembrar do naufrágio do Titanic. Chegaram a dizer arrogantemente que nem Deus afundaria o navio, mas menos de quatro dias depois de sua partida o navio afundou em colisão com um iceberg que vitimou 1522 vidas. Desse modo trágico, encerrou-se um dos capítulos da história do orgulho humano.
Guardem bem as palavras de Charles H. Spurgeon: O demônio do orgulho nasceu conosco, e não morrerá sequer uma hora antes de nós mesmos.
Façamos da oração de Davi a nossa petição:
“Também da soberba guarda o teu servo, que ela não me domine; então, serei irrepreensível
 ficarei livre de grande transgressão.” Salmo 19.13

2º lugar – Quando não queremos correr riscos.

Pedro passou a seguir Jesus de longe para não correr nenhum risco. Ele não queria ser diretamente identificado com Cristo para não correr o risco de ser preso e morto junto com Jesus. Em outras palavras, ele estava tentando livrar sua pele! Simplificando mais ainda, ele estava pensando NELE.
“Quando abandonamos a Cristo (sim, porque seguir de longe é o mesmo que abandonar, aliás, o próprio Jesus falou que eles o abandonariam), sempre estamos fazendo uma troca (no caso de Pedro, ele abandonou a Cristo para salvar a própria vida). Inevitavelmente, mais cedo ou mais tarde iremos perder o que trocamos. (Pedro perdeu a vida em uma crucificação). Mas quem prefere Jesus, nunca perde!”
Vejamos o que a Bíblia diz:
“Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” Mateus 16.26
Quando nós não queremos abrir mão de nada para seguir a Jesus, saiba que mesmo que você esteja fielmente frequentando a uma igreja, isso não lhe servirá de nada, apenas de maior condenação por conta do conhecimento que você recebe.
Pense nisso, talvez você não tenha aberto mão de nada por Jesus e o trocado pelo seu trabalho, pelos seus estudos, pelo seu conforto e interesses pessoais, mas a pergunta que sempre precisará de resposta é:
Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?

3º lugar – Deixamos de atuar como agentes ativos no Reino de Deus para sermos meros espectadores.

Pedro passou a seguir Jesus de longe porque queria acompanhar o desenrolar dos fatos, queria ver o fim da história. Ele adotou a postura de espectador. Isso também acontece com muita gente hoje. Muitas pessoas que foram ativas e trabalhavam entusiasticamente no Reino de Deus, acabam se distanciando tanto da obra que se contentam em viver um cristianismo contemplativo. Essas pessoas até vão à igreja, mas querem apenas ouvir e assistir cultos, não querem se integrar e comprometer com nada.
Uma das maiores armas que Satanás tem usado para fazer com que sigamos Jesus de longe é o DESÂNIMO.
O grande problema do desânimo é que ele produz apatia/indiferença. Hoje possuímos uma enorme leva de crentes apáticos que são indiferentes a ação de Deus.
A apatia é tão abominável para Deus quanto à frieza espiritual.
Ao anjo da igreja em Laodicéia escreve:
Estas coisas diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus: 15Conheço as tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosses frio ou quente! 16Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca; 17pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu. 18Aconselho-te que de mim compres ouro refinado pelo fogo para te enriqueceres, vestiduras brancas para te vestires, a fim de que não seja manifesta a vergonha da tua nudez, e colírio para ungires os olhos, a fim de que vejas. 19Eu repreendo e disciplino a quantos amo. Sê, pois, zeloso e arrepende-te. 20Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo. 21Ao vencedor, dar-lhe-ei sentar-se comigo no meu trono, assim como também eu venci e me sentei com meu Pai no seu trono. 22Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” Apocalipse 3.14-22

Quando o galo cantou pela segunda vez, Pedro lembrou-se do que Jesus havia dito e chorou amargamente. A essa altura ele já havia percebido que estava seguindo Jesus de longe. O canto do galo foi um despertador espiritual na vida de Pedro que o fez perceber que ele não era tudo o que ele pensava ser. Talvez essa mensagem hoje seja o galo cantando em nossas vidas para que percebamos que não somos tudo o que pensamos ser. O texto termina com uma expressão sintomática, “E caindo em si, desatou a chorar”, o que significa dizer que quando adotamos comportamentos dominados pelo orgulho, egoísmo e indiferença; certamente estamos FORA DE NÓS. Que Deus nos desperte para deixarmos de seguirmos Jesus de longe e sigamos de perto, pois quem segue Jesus de longe sempre o acaba negando.

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