I Coríntios 13
“1Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver
amor, serei como o bronze que soa ou como o címbalo que retine. 2Ainda que eu
tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência; ainda
que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor, nada
serei. 3E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que
entregue o meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso
me aproveitará.
4O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se
ufana, não se ensoberbece, 5não se conduz inconvenientemente, não procura os
seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal; 6não se alegra com a
injustiça, mas regozija-se com a verdade; 7tudo sofre, tudo crê, tudo espera,
tudo suporta. 8O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão;
havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará; 9porque, em parte,
conhecemos e, em parte, profetizamos. 10Quando, porém, vier o que é perfeito,
então, o que é em parte será aniquilado. 11Quando eu era menino, falava como
menino, sentia como menino, pensava como menino; quando cheguei a ser homem,
desisti das coisas próprias de menino. 12Porque, agora, vemos como em espelho,
obscuramente; então, veremos face a face. Agora, conheço em parte; então,
conhecerei como também sou conhecido. 13Agora, pois, permanecem a fé, a
esperança e o amor, estes três; porém o maior destes é o amor.”
Apesar de estar atualmente quase
em desuso, o documento comercial bancário de nome cheque é conhecido de todos.
Serviu e ainda serve hoje em pequena escala, como prova de pagamento em transações
comerciais. Funciona dentro de uma lógica bem definida, o documento precisa
estar preenchido com dados como valor, local, data e assinado pelo titular da
conta corrente, bem como precisa haver saldo financeiro (fundos) na conta do
emitente. Sem que essas condições estejam satisfeitas, o cheque não passa de um
pedaço de papel sem valor e que não serve como garantia alguma, e o pior é que
a pessoa que se utiliza de tal artifício é tida como não digna de confiança e
de má índole. Em outras palavras, não basta ser cheque, é preciso que esteja
preenchido, assinado e com saldo!
Existe um paralelo disso tudo com
a vida espiritual. Assim como o cheque precisa de algumas condições atendidas
para ter valor, nós também precisamos cumprir certos princípios para sermos
pessoas cristãs de valor autêntico.
Nossa vida foi assinada por
Cristo quando de nossa salvação através do Espírito Santo:
“Vós sois a nossa carta, escrita em nosso coração, conhecida e lida
por todos os homens, estando já manifestos como carta de Cristo, produzida
pelo nosso ministério, escrita não com tinta, mas pelo Espírito do Deus
vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações.”II
Coríntios 3.2-3
Jesus é o titular de nossa conta
chamada vida! Ele é quem assina. O preenchimento é algo iniciado por Ele, mas
que também devemos buscar.
“E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas
enchei-vos do Espírito,” Efésios 5.18
Uma vida cristã relevante, com
significado e valor é uma vida controlada, preenchida e cheia do Espírito Santo
que produzirá automaticamente santidade, pois se o Espírito é santo, o que Ele
necessariamente produz é santidade.
E quanto
ao saldo? Que saldo é esse que devemos ter em nossas vidas para que elas tenham
valor genuíno e sirvam de garantia da obra de redenção que Cristo realizou por
nós?
1 – O saldo que precisamos ter é o AMOR.
No texto de I Coríntios 13.1-3
vimos que toda religiosidade, piedade, fé e bondade sem amor não servem para
nada, são inúteis, em outras palavras, perdem seu valor.
Se nossos melhores atos de
bondade forem destituídos de amor, eles são semelhantes a um cheque sem fundo,
tem apenas aparência de possuir valor, mas não passa de um pedaço de papel!
O amor divino é o que confere
verdadeiro significado as nossas vidas. Sem amor não há novo nascimento,
regeneração e salvação. O amor é produto do próprio novo nascimento, apesar de
que precisa ser incrementado e fortalecido à medida que a alma se torna mais
espiritual.
Por que o amor é tão importante?
1 - Porque o amor é o solo onde
brotam todas as outras virtudes. Gálatas 5.22-23
“Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas
coisas não há lei.”
O amor não está elencado por
Paulo como primeira manifestação do fruto do Espírito sem propósito. Ele é o
primeiro porque a partir dele é que todos os outros podem ser cultivados. Como
exemplo, bondade altruísta só pode ser exercida por quem primeiro ama.
Por isso é que posso afirmar que
o amor é o pré requisito absoluto para uma verdadeira espiritualidade. Não é
sem razão que Paulo incluiu seu tratado sobre o amor justamente entre dois
capítulos (I Coríntios 12 e 14) que tratam sobre o ensino sobre dons
espirituais, pois o amor é a força que impulsiona e dá significado a todos os
dons espirituais. É maior que qualquer um deles, isoladamente ou em conjunto.
A prática do amor idealizada por
motivos puros eleva o nosso nível de espiritualidade de forma similar ao que
alcançamos quando nos dedicamos ao estudo dos livros sagrados, a oração, a
meditação, a santificação e ao emprego dos dons espirituais.
2 – Porque o amor é a marca
distintiva de alguém que é filho de Deus. Mateus 5.43-44ª
“Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e odiarás o teu
inimigo. Eu, porém, vos digo: amai os vossos inimigos e orai pelos que vos
perseguem; para que vos torneis filhos do vosso Pai celeste,”
João diz (I João 4.8) que a
essência de Deus é amor. É impossível alguém ter nascido de Deus e não possuir
a capacidade de amar. No ato da regeneração, a natureza divina nos é
transmitida, logo se Deus é amor, é natural entender que seus filhos amem por
compartilharem da natureza do Pai.
Paulo disse (I Coríntios 13.3) que
sem amor nada seria proveitoso, em outras palavras, sem amor ele nada seria. A
falta de amor esvazia a vida do homem de significado.
3 – Porque toda Palavra de Deus tem seu cumprimento no amor. Mateus 22.37-40
e Romanos 13.8-10
“37Respondeu-lhe Jesus:
Amarás o Senhor, teu Deus,
de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.
38Este é o grande e primeiro
mandamento. 39O segundo, semelhante a este, é:
Amarás o teu próximo como a
ti mesmo.
40Destes dois mandamentos
dependem toda a Lei e os Profetas.”
“8A ninguém fiqueis devendo
coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o
próximo tem cumprido a lei. 9Pois isto:
Não adulterarás, não
matarás, não furtarás, não cobiçarás, e, se há qualquer outro mandamento, tudo
nesta palavra se resume: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
10O amor não pratica o mal
contra o próximo; de sorte que o cumprimento da lei é o amor.”
Os fariseus foram duramente criticados por Jesus por tentarem cumprirem a
lei de Deus sem amor, apenas no rigor frio da letra. Religião sem amor se
transforma em legalismo doentio. Não estaremos vivendo uma religião melhor do
que a dos fariseus se apenas falarmos do amor de Deus sem, contudo vivê-lo
verdadeiramente em nossas vidas. O verdadeiro amor que procede de Deus é aquele
que nos faz amarmos aos nossos semelhantes (Mateus 25.34-40):
“34então, dirá o Rei aos que
estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino
que vos está preparado desde a fundação do mundo. 35Porque tive fome, e me
destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me
hospedastes; 36estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e
fostes ver-me. 37Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos
com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? 38E quando te
vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? 39E quando te vimos
enfermo ou preso e te fomos visitar? 40O Rei, respondendo, lhes dirá: Em
verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos,
a mim o fizestes.”
Quando amamos nossos semelhantes estamos diretamente amando a Cristo!
Deus recebe o amor que devotamos aos nossos irmãos.
O amor que vem de Deus não é uma mera emoção. É uma qualidade da alma,
onde o indivíduo sente natural servir ao próximo. Amar é querer ao próximo o
bem que queremos a nós mesmos!
O amor à
semelhança da morte transforma a tudo quanto toca. Os homens são atraídos pelo
amor. As coisas semelhantes se atraem mutuamente. Os homens amam quando são
amados e odeiam quando são odiados. Que nossas vidas estejam com abundante
saldo de amor para que o valor da obra de Cristo em nós possa ser percebido por
todos para a honra e glória de Deus!
Seja você preenchido pelo
Espírito Santo, assinado por Jesus e com abundante saldo do amor divino em sua
vida.
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